'Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas, continuarei a escrever...' (Clarice Lispector)
Epifanisses
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Completamente
Eu devo ser muito insistente. Essa minha teimosia em querer adivinhar as coisas as vezes até me cansa, quem dirá, os outros. Eu juro que é difícil ser Giulia. Eu não consigo estar incompleta em nada, eu não consigo me sentir assim. Eu tenho que ter a sensação de que fiz o possível e o impossível, mesmo que eu não saiba aonde eu estou querendo chegar com isso. As minhas chatisses, minhas pentelhisses e esquisitisses tem que ser perdoadas, eu não escolhi ser assim, é defeito de fábrica. Não vou mais atrás de respostas, não vou mais buscar explicações, nem expor meu ponto de vista, afinal, ele já está mais do que exposto, está, praticamente, descarado. Ser incompleta me dá coceira, me atormenta, é como sentir uma fome insuportável e querer comer aquele iogurte que está na geladeira sobrando. Você sabe que ele não vai te satisfazer por completo, mas pelo menos você tentou. As minhas loucuras serão perdoadas, eu ainda não aprendi a ser alguém que se acostuma com uma situação, talvez, eu nunca aprenda também. Ah, como eu odeio essa palavra! E também, as vezes seja até bom não aprender, porque, por enquanto, gente incompleta me dá.. uma sensação que eu ainda não achei um nome.
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