Epifanisses

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terça-feira, 15 de abril de 2014

Meu pragmatismo e seus dilemas


Se tem uma coisa que eu aprendi com pessoas que não agregaram algo de bom em minha vida foi não perder tempo com esse tipo de gente. Talvez soe como amargura, mas que fique claro: eu não estou criticando essas pessoas, apenas dizendo que elas não agregaram nada simplesmente por estarem em momentos diferentes do meu, ou seja, o que aconteceu foi um conflito de interesses e de vontades no relacionamento. Me decepcionei? Algumas vezes. Decepcionei alguém? Infelizmente.
Percebo que estou em um momento de valorização do meu relógio natural, acho que isso é o que tende a acontecer quando a gente amadurece, cresce e nosso tempo para certas coisas começa a ficar cada vez mais contado e restrito. E é aí que me indago: temos tempo a perder?
E nessa conclusão impaciente que me é muito peculiar, penso se é válida a honestidade de fazer uma simples pergunta para a outra pessoa quando seu coração já pede alguns esclarecimentos: estamos matando tempo ou construindo tempo juntos? No momento em que me encontro, não estou mais querendo matá-lo com pessoas e situações que talvez não levem a lugar algum, muito pelo contrário, estou querendo solidificar relações e utilizar o pouco tempo que me sobra em favor disso.
Porém, como saber se essa sinceridade também não vai gerar uma conclusão impaciente no outro? Em muitos momentos, eu quero gritar minha necessidade de definições, mesmo que mínimas, por já ser uma mulher que clama por seriedade e comprometimento, mas meu lado menina me cala por pensar no tipo de reação que minha transparência pode gerar. Assustar ou querer apressar as coisas não é nem nunca foi minha intenção.
“Que não tenhamos pressa, mas que não percamos tempo.” Saramago define perfeitamente meu estado de espírito. Não quero me precipitar, mas tenho necessidade de saber onde eu piso. Eu quero o "estar junto" por inteiro, aquele de corpo e alma, aquele que infelizmente já não me recordo mais como é.