Estava ouvindo 'Oração ao Tempo', e comecei a pensar nessa abstração que é o tempo. Devo concordar que, na medida certa, ele é um santo remédio. Ele é juíz, é psicanalista, é um colo. Juíz pois, por ser racional, nos faz ver as coisas de uma forma menos infantil, afinal, tempo é algo que não podemos evitar. Aprendemos a ver o que era certo, o que era melhor, mesmo que achassemos que não. É psicanalista, nos faz olhar para dentro de nós mesmos e buscar o que nos fortalece para viver e seguir em frente. É colo que conforta, é faca que corrói o coração. Nos faz esquecer o que é irrelevante, mesmo quando pensavamos que era crucial para viver. Inflama o que é verdadeiro, pro que é verdadeiro, o tempo não existe.
Hoje, agora, com toda a serenidade e racionalidade que o tempo trouxe para o meu pensamento, eu sei, daqui pra frente ele será um retrocesso. E sentir esse retrocesso acontecendo, significa se machucar.
'Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...'
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