Coisas e coisas
me passam pela cabeça. Algumas vêm de situações vividas e outras de situações
impostas pela vida. Entre essas e outras, algo me instiga: um sentimento acaba ou
se transforma? Será que é possível se tornar amigo de alguém que um dia já foi
um grande amor ou é pura perda de tempo?
Foi em tentar
responder essa questão experimentando que falhei. A resposta que fica pra mim,
pelo menos, é que sim, é possível um grande amor se transformar em
amizade. Sentimentos não morrem, eles se
reciclam, mas para haver amizade é necessário que a reciclagem seja feita por
ambas as partes. Caso contrário, essa sentimento transformado sempre vai
parecer segunda intenção ou tentativa de resgate de uma coisa que já não existe
mais.
Se o “ser amigo”
não estiver acontecendo é porque em alguma das partes envolvidas o processo de
transformação não foi feito e não é algo para se julgar. Os seres humanos têm
tempos de processamento diferentes uns dos outros, e, ao mesmo tempo, isso não
quer dizer que tal pessoa te ame ainda como amou um dia, talvez ela só não
tenha conseguido libertar o sentimento a ponto de transformá-lo em amizade. O
que importa é não haver engano.
Aquela pessoa
que você achou que era o amor da sua vida e não deu certo não deve ser excluída
permanentemente do seu cotidiano, a menos que ela tenha dado bons motivos para
isso. Ela ainda pode ser “da sua vida” de uma forma diferente, até porque... (Será
que se eu escrever que acredito em várias reciclagens ao longo da existência eu
vou estar parecendo alimentar esperanças
em mim mesma ou querendo dizer algo que na verdade eu nem pensei? )
Fato é que
pensar nisso me remete a certas situações e é aí que me vem à cabeça,
praticamente como um recado um tanto quanto pessoal: você acha mesmo que depois
de tantas noites sem dormir pensando, tantos momentos pra guardar pra sempre e
tanta certeza de amor pra vida toda, o
único sentimento que eu sou capaz de criar por você é a indiferença? Porque eu não
acredito na possibilidade de você nutrir este sentimento em relação a mim.
O amor "pra vida toda" que não deu certo não é um bom motivo para um afastamento definitivo, caríssima?
ResponderExcluirGostei de seus textos.
Espero que siga com eles.
Ciao.
Pelo jeito de escrever, imagino quem seja! Enfim, acho que o amor quando é verdadeiro não morre, se transforma. O contrário da paixão, essa sim torna-se indiferença com rapidez porque tudo que vem fácil, vai fácil! Por que não deixar uma pessoa que já protagonizou na sua vida tão bem permanecer nela de uma outra forma?
ResponderExcluirÉ que não concebo com facilidade a protagonista de uma estória tornar-se a coadjuvante de outra. Algo como Julieta a servir de aia para Desdêmona. Melhor que reinem na memória, cada uma em sua narrativa exemplar. Acho mais bonito. De todo modo, devo ser extremamente óbvio para ser descoberto assim...rs. Nem havia percebido que postara de forma anônima. Ciao.
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