Uma das coisas que o mundo tem de melhor é, de fato, saber dar voltas, muitas delas. Enfim, eu estive pensando esses dias... E quando o mundo te permite voltar no tempo? É claro que não como nos sonhos de teletransporte, ou filmes do estilo Efeito Borboleta. Sabemos que o tempo promove mudanças às pessoas, aos espaços e situações, e que, como já dizia Heráclito, não podemos entrar duas vezes no mesmo rio. A vida tem dessas, nos recoloca frente a frente com pessoas que um dia já foram tudo para nós, e nos dá a chance de, dessa vez, fazermos diferente. O engraçado é que o sentimento por elas é imutável, mas todo o resto mudou. Então, eu me pergunto: como podemos nos redimir de um erro quando nada mais é igual ao que já foi? Faz sentido, hoje, pedir desculpas e fazer diferente?
Se eu não sou quase mais nada do que eu fui no passado e você também não sabe reconhecer o que te sobrou daquele tempo, eu não acho que o sentido disso seja de retomada, e sim de recomeço. Exceto pelo fato do que sentimos, não nos conhecemos mais. Nos tornamos perfeitos estranhos um para o outro, com somente uma certeza: um dia nós entendemos o porque de gostarmos. E um recomeço implica em esquecer as desconfianças, as mágoas e os erros que ficaram para trás e estar aberto à conhecer um novo ‘outro’, que mais nos parece com uma sombra de lembrança do que com alguém que realmente conhecemos.
Eu não tenho absoluta certeza se você gostará da nova pessoa que eu me tornei, mas uma coisa é certa: esse novo eu nunca cometeria os erros daquela época. Você sabe que eu não vou pedir desculpas...
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